A fertilização corresponde ao momento em que o óvulo (gameta feminino) se une ao espermatozoide (gameta masculino). Neste momento, a estrutura gerada é chamada de zigoto e, em seguida, passa a dividir-se em várias células. Até o final da 8ª semana após a fertilização, essa estrutura originária da fertilização passa a ser chamada de embrião.
Quando a gravidez, por meio do método natural de concepção, não é possível, outras opções surgem para suprir o desejo de gerar um bebê. Cada caso de infertilidade exige um tratamento específico. Dentre as técnicas de Reprodução Assistida (RA),procedimentos onde é realizada a aproximação artificial dos gametas femininos e masculinos, geralmente, são utilizados métodos cirúrgicos ou medicamentosos.
As técnicas de RA são divididas entre alta e baixa complexidade. Métodos como como inseminação intrauterina e coito programado são procedimentos de baixa complexidade. Nestes, a união entre óvulo e espermatozoide acontece dentro das tubas uterinas.
As técnicas de alta complexidade são as que promovem a união dos gametas em ambiente laboratorial,por exemplo, a Fertilização in Vitro (FIV).
Como é possível que na FIV seja necessária mais de uma tentativa até que a gravidez ocorra, geralmente são produzidos vários embriões. Aqueles que não são transferidos frescos para o útero podem ser congelados num processo chamado criopreservação. Isto possibilita que existam novas tentativas caso a gravidez não dê certo.Além disso, permite que mais tarde a mulher possa engravidar novamente, sem ter de passar mais uma vez pelo procedimento de geração de embriões.
Ocorre que no início da Fertilização é feita uma estimulação ovariana através do uso de medicamentos injetáveis. Cada situação específica de infertilidade requer um método de estímulo ovariano determinado.
Após, os óvulos gerados são captados por meio de uma punção, via vaginal, guiada por Ultrasom. Por fim, os óvulos são fertilizados por espermatozoides em ambiente laboratorial e depois de três a cinco dias, os embriões são transferidos para o útero.
Na etapa de estímulo ovariano, a mulher recebe uma grande carga hormonal. Este excesso pode gerar uma complicação chamada de Síndrome da Hiperestimulação Ovariana.
Diferenças entre embriões congelados e embriões a fresco
Estudos recentes apontam que há uma maior taxa de gravidez na transferência de embriões congelados em relação aos embriões transferidos a fresco.
Isso pode ocorrer porque na fase da estimulação ovariana a mulher é exposta a níveis hormonais muito altos. Este fator pode alterar a receptividade do endométrio, dificultando a gravidez. Portanto, a transferência de embriões a fresco tende a ter menor chance de gravidez pois há a superexposição hormonal. Já no caso da transferência de embriões congelados, a superexposição hormonal não ocorre, aumentando, assim, as chances da gravidez ocorrer.
Um estudo da Universidade de Aberdeen (Escócia),apresentado no Festival Britânico de Ciência, sugere que o processo de criopreservação pode ser melhor para a saúde do bebê e da mãe. Os autores da pesquisa argumentam que o procedimento oferece menores possibilidades de hemorragia, parto prematuro e morte nas duas primeiras semanas de vida.
Em uma conferência da Sociedade Europeia para Reprodução Humana e Embriologia, realizada na cidade de Barcelona, pesquisadores dinamarqueses indicaram que os embriões criopreservados são de maior qualidade pois conseguem sobreviver aos processos de congelamento e descongelamento. De acordo com o estudo apresentado por eles, é por este motivo que os embriões congelados geram bebês mais saudáveis.
Ainda assim, não é consenso que a transferência de embriões criopreservados definitivamente resulta em taxa de gravidez mais alta para todos os casais. Cada caso é singular e a orientação médica adequada é o que deve prevalecer na escolha da técnica.