Fertilização In Vitro

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Por   Equipe Fecondare

 

Existe uma brincadeira infantil, de perguntas e respostas, que meninos e meninas fazem quando são crianças. Em cada folha de um caderno, escrevem uma pergunta. O dono ou a dona do caderno o entrega para um amigo ou uma amiga para que responda as perguntas. Uma delas é: quantos filhos você quer ter? A maioria responde dois.

À medida que os meninos e meninas crescem e tornam-se adultos, esse caderno e a brincadeira contida nele vira uma lembrança nostálgica da infância. Mas para alguns, o plano continua: ter dois filhos.

Tentativa vai, tentativa vem, nada acontece. Por quê? A resposta surpreende: o casal é infértil. E como no caderno de resposta, ao virar a página, vem a próxima pergunta: e agora?

Agora é a hora de descobrir a causa da infertilidade para saber se há tratamento para o problema. Em alguns casos, a única chance de os casais conseguirem engravidar é pela Fertilização in Vitro (FIV).

A utilização da técnica se torna uma alternativa quando um casal não consegue engravidar de maneira espontânea, mesmo depois de ter passado por uma investigação médica completa e pelos tratamentos adequados. A maioria das técnicas de Reprodução Assistida podem ser consideradas uma opção nesses casos.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS),15 de cada 100 casais enfrentam dificuldades para engravidar, sendo que uma pequena parcela desse grupo precisa de tratamentos com técnicas de fertilização.

História da técnica

Um dos métodos mais comuns e eficazes, a Fertilização in Vitro foi realizada pela primeira vez, com sucesso, em 1978, ano em que Louise Braun nasceu na Inglaterra. O tratamento chegou ao Brasil em 1983.

Em 2014, o inventor da técnica de Fertilização in Vitro, o médico britânico Robert Edwards, teve seu trabalho reconhecido mundialmente, recebendo o Prêmio Nobel de Medicina em seu nome e de seu falecido colega, Patrick Steptoe.

Depois da criação do procedimento e do nascimento de Louise, o primeiro bebê de proveta do mundo, estima-se que mais de três milhões de pessoas tenham nascido por intermédio do tratamento descoberto por eles.

Como pode ser feita a Fertilização in Vitro (FIV)

A coleta do óvulo e dos espermatozoides são a primeira etapa da Fertilização in Vitro. A mulher recebe medicamentos que estimulam a produção de um número maior de folículos. Os hormônios são aplicados via subcutânea. No geral, inúmeros folículos podem ser estimulados para que a produção de óvulos seja maior, facilitando a coleta e a própria fertilização.

O médico acompanha o crescimento com exames de ultrassom que permitem observar o momento adequado para proceder a coleta. Mediante a confirmação da maturação dos óvulos, é feita a preparação do espermatozoide que fecundará o óvulo.

Quando o homem tem espermatozoides viáveis no sêmen, a coleta pode ser feita diretamente dele, após a masturbação e ejaculação. Já em casos em que há ausência de gametas no sêmen, é necessário fazer uma punção para retirar os espermatozoides diretamente do testículo.

Há duas maneiras de promover o encontro dos gametas:

FIV Convencional

Na maneira mais convencional de se realizar o tratamento, quando o médico especialista em reprodução humana identifica que os óvulos estão maduros, realiza a coleta destes por punção transvaginal. Depois deste processo, o gameta feminino é colocado em contato com o espermatozoide, em um local que simula as condições das trompas. A ação é feita pelo  embriologista fora do organismo (no laboratório).

Caso o processo evolua no meio de cultura, os chamados pré-embriões são colocados no útero da mulher, após permanecer em uma incubadora por até cinco dias. O processo é simples e indolor. Assemelha-se ao exame preventivo, popularmente conhecimento como Papanicolau. Algumas mulheres sentem um pouco de desconforto, mas é passageiro.

Transcorridos 10 a 12 dias da  transferência dos embriões para o útero, o exame de sangue já pode ser realizado para confirmar a gravidez.

FIV/ICSI

ICSI é a sigla em inglês para Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóides. Neste processo, o espermatozoide é colocado dentro do óvulo com o auxílio de uma microagulha, sem que seja necessário fazer a punção do óvulo. Tudo ocorre dentro do organismo da mulher.

A ICSI representa uma grande revolução na Reprodução Assistida e é utilizada, principalmente, no caso de homens que apresentam um número muito baixo de espermatozoides ou alterações na qualidade deles. Um único espermatozoide é injetado no interior de cada óvulo.

Quando a Fertilização in Vitro é indicada

A mulher que deseja engravidar e ainda não completou 35 anos pode tentar a concepção de forma natural por um ano. As que possuem mais de 35 anos têm um prazo menor para realizar as tentativas naturalmente: 6 meses. Após meio ano ou 12 meses de tentativas, sem que nada aconteça, é hora de buscar ajuda médica para entender por que a gravidez não aconteceu.

A Fertilização in Vitro é um procedimento recomendado para casais que não conseguem engravidar pelos métodos naturais. Em muitos casos, é o mais adequado para mulheres que já entraram na menopausa, ou seja, não produzem mais óvulos ou para casais homossexuais que precisam da doação de um dos gametas para que o bebê possa ser gerado.

A mulher que deseja engravidar e ainda não completou 35 anos pode tentar a concepção de forma natural por um ano. As que possuem mais de 35 anos têm um prazo menor para realizar as tentativas naturalmente: 6 meses. Após meio ano ou 12 meses de tentativas, sem que nada aconteça, é hora de buscar ajuda médica para entender por que a gravidez não aconteceu e as possibilidades de tratamento.

Dependendo do caso, o médico especialista em reprodução humana pode sugerir a Fertilização in Vitro como alternativa de fecundação.

A FIV/ICSI é indicada, principalmente, para mulheres que têm alterações parciais ou totais nas tubas uterinas, como obstruções ou aderências. Também é uma alternativa em situações como a endometriose, infertilidade de causa não esclarecida, número reduzido de espermatozoides, mulheres com laqueadura tubária e homens vasectomizados.

Tempo médio de tratamento

O período entre as primeiras avaliações do casal e o exame de gravidez demora, aproximadamente, 45 dias. Como o médico analisa cada caso com exclusividade, alguns fatores podem retardar o procedimento, como tratamentos necessários para aumentar a fertilidade.

Antes de o casal se submeter à Fertilização, precisa saber se:

É preciso algum preparo prévio ao procedimento?

Todas as condições de saúde do homem e da mulher são avaliadas pelo médico especialista em reprodução humana assistida antes de iniciar o tratamento. Para tentar realizar a Fertilização in Vitro, é preciso que alguns exames básicos sejam realizados antes de iniciar o processo de indução da ovulação e a coleta dos espermatozoides. Os indispensáveis são os que:

  • investigam doenças infecciosas no homem e na mulher;
  • verificam as dosagens hormonais;
  • detectam doenças sexualmente transmissíveis;
  • realizam a contagem dos gametas masculinos (espermograma);
  • avaliam o estado geral das das trompas.

Em alguns casos, exames de rubéola, chagas e alguns outros podem ser solicitados, porém, não são obrigatórios.

Os resultados dos exames permitem ao médico observar se:

  • o sêmen masculino contém, no mínimo, um milhão de espermatozoides com motilidade progressiva;
  • o útero da mulher está em condições de receber o embrião;
  • a mulher possui ao menos um ovário que responda aos medicamentos indutores de ovulação.

Todos esses são considerados pré-requisitos para a realização da FIV.

É válido lembrar que quem quer se submeter a essa técnica deve cuidar da saúde, se alimentar bem, evitar o álcool, não fumar e, quando está acima do peso, emagrecer, para que a gestação possa ocorrer da melhor maneira. O mesmo vale para homens que precisam estar com a saúde em dia para gerarem espermatozoides sadios.

Existe a possibilidade de a Fertilização causar algum efeito colateral?

Muitas mulheres têm receio de optar por um procedimento de Fertilização in Vitro por temer os possíveis efeitos colaterais.

O maior risco relacionado à FIV é o de a mulher desenvolver a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana, desencadeado pelo uso dos hormônios utilizados para a estimulação ovariana. Mulheres que desenvolvem a forma grave do problema têm ganho súbito de peso, dor abdominal, náuseas, vômitos, falta de ar e podem precisar de internação hospitalar. O inchaço  e a dor de cabeça também são bastante comuns nestes casos, mas isso varia muito.

Entre os efeitos colaterais graves, estão o risco de trombose, infecções e sangramento interno, contudo, raramente ocorrem e todos são temporários, ou seja, regridem assim que o ciclo de estimulação termina. A incidência, hoje, de hiperestímulo ovariano com os novos protocolos de indução é de aproximadamente 0,5%.

A realização da FIV pode ser contraindicada?

Mulheres com carcinoma ovariano, uterino ou mamário e tumores do hipotálamo ou da glândula pituitária não devem ser submetidas a essa técnica, pelo problema que pode ser gerado devido à utilização de hormônios para a indução da ovulação.

Tem problema usar gametas doados?

Há alguns casos em que o homem ou a mulher não produzem gametas ou não podem se submeter à Fertilização. Na mulher, a ausência de óvulos é comum com a chegada da menopausa ou em alguns casos de falência ovariana precoce. Quando esse é o problema, o uso de óvulos ou espermatozoides provenientes da doação é uma opção viável, tão segura quanto o casal usar os próprios óvulos e espermatozoides na fecundação.

Os gametas congelados também podem ser usados na FIV?

Homens e mulheres que optaram por congelar os gametas podem usá-los na Fertilização in Vitro sem qualquer receio. As características dos óvulos e espermatozoides criopreservados se mantêm iguais ao do dia em que foram coletados para a criopreservação, independentemente do tempo transcorrido entre o congelamento e o descongelamento. Justamente por isso alguns especialistas, aliás, recomendam às mulheres e aos homens a criopreservação dos gametas para a preservação da fertilidade.

Há um número de embriões que podem ser transferidos na Fertilização in Vitro?

De acordo com a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) nº 2.121/2015, que determina as normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida, o número máximo de embriões transferidos na Fertilização in Vitro não pode ser superior a quatro. A regulamentação limita a quantidade, conforme a idade da mulher:

  • até 35 anos: é permitida a transferência de dois embriões, no máximo;
  • entre 36 e 39 anos: o número não deve exceder o de três embriões;
  • a partir de 40 anos: a quantidade limite é de quatro embriões.

Nas situações de doação de óvulos e embriões, a regra é aplicada considerando a idade da

doadora no momento da coleta dos óvulos.

Tem  limite de idade para realizar a FIV?

As chances de a FIV resultar em gravidez são maiores em mulheres com até 35 anos. Depois disso, ainda existe a possibilidade de ocorrer a concepção, mas ela é menor conforme a idade avança. Dependendo da idade em que a mulher tenta engravidar, o procedimento pode não ser a melhor opção para gerar o bebê e outro tratamento de reprodução humana ser indicado, como a ovodoação.

Existe a probabilidade de se ter gêmeos com a Fertilização?

Há 25% de chance de a mulher ter gêmeos ao engravidar com o auxílio das técnicas de Reprodução Humana Assistida.

Todos os embriões são usados na Fertilização?

Caso um número maior de embriões tenha sido fertilizado, os mesmos devem ser congelados, por determinação do CFM. Assim, é importante frisar que se o casal não aceita o congelamento, deve ter um número menor de embriões fertilizados.

É possível escolher o sexo do bebê?

Mediante a possibilidade de haver a transmissão de doenças determinadas pelo sexo, como a hemofilia, pais e mães têm permissão para escolher o sexo do bebê ao realizar a FIV.

A taxa de sucesso é alta?

O casal precisa estar preparado tanto para uma possível gestação quanto para a inexistência dela, pois o sucesso ou insucesso da Fertilização in Vitro depende de vários fatores, entre eles:

  • qualidade dos espermatozoides e dos óvulos;
  • receptividade do endométrio;
  • qualidade da clínica de Reprodução Assistida;
  • idade, principalmente da mulher;
  • estilo de vida.

Para mulheres jovens em termos reprodutivos (com menos de 35 anos) a estimativa de gestação é de 60% por ciclo de tratamento desde que se tenha até seis embriões grau A para serem transferidos em duas ou três oportunidades, dependendo da idade.

As chances de a mulher com mais de 35 anos engravidar diminuem com o avanço da idade. Entre 35 e 38 anos, as chances de obter um resultado positivo para a gravidez caem para 40%. Mulheres entre 38 e 40 anos possuem apenas 30% de chance e depois dessa idade, essa probabilidade se reduz a 8%.

Mulheres que habitualmente ingerem bebidas alcoólicas, fumam, usam drogas, vivem estressadas e estão acima do peso também enfrentam dificuldades para ficarem grávidas.

Caso a gravidez seja concretizada, sua evolução não se diferencia em nada em relação a uma concepção espontânea. Os índices de aborto e as taxas de malformações do feto são semelhantes àquelas da gravidez naturalmente concebida.

A FIV pode ser repetida caso a primeira tentativa não dê certo?

Os médicos especialistas em reprodução humana costumam recomendar até três tentativas de Fertilização. Outro tratamento pode ser ponderado caso nenhuma delas resulte em gravidez.

Onde realizar a Fertilização in Vitro

O ideal é o casal buscar uma clínica especializada em reprodução humana assistida que possua equipe técnica qualificada, equipamento moderno e estrutura adequada. Geralmente, a indicação de familiares, amigos e conhecidos é um bom começo para esta busca, mas não deve ser o único. Há os recursos da internet que podem ser usados para pesquisar sobre as clínicas existentes e os profissionais que atuam nelas, e nosso artigo que fala sobre os critérios para escolher uma clínica de fertilização.

A Fertilização in Vitro é uma técnica que tem ajudado muitos casais a viver o sonho de serem pais e mães. Realizá-la requer conhecimento do tratamento e prática nas técnicas de reprodução humana assistida. Nunca deve ser feita por um médico que não seja especialista, nem enquanto o homem, mas principalmente a mulher, não se sentir segura para fazê-la. O bom resultado da FIV também depende da crença e da confiança em que vai dar certo!

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